Ilustração:Morandini Alegro.
Viver em Belém tem dessas coisas....
Tem a chuva da tarde que chega chegando e nos delicia com o cheiro de mato, são as mangueiras da cidade de Belém agradecendo por esse acalanto.
Tem o açaí, cor dessa terra morena, que sustenta o caboclo na sua labuta diária, fabricando a farinha ou tirando o peixe pra vender no ver-o-peso.
E nos outubros tem a Senhora de Nazaré, mãe dessa gente sofrida, que deixa a cidade florida e passa salpicada de papéis, ela traz consigo o sagrado e o profano, as procissões, o auto do círio, o arrastão do Arraial do Pavulagem, a feira com brinquedos de miriti de Abaetetuba, cidade querida.
Nosso povo é dela tão íntimo que se atreve a chama-lá de Nazinha, Nazica, Naza, é a grande convidada e homenageada no tradicional almoço do círio, onde não pode faltar a maniçoba, a feijoada amazônica e o pato, trazido pelo nosso interiorano, com bastante tucupi, encomendado desde cedo no ver-o-peso.
Sem dúvida senhora, consegues congregar vários elementos constitutivos de nossa identidade, hoje teu círio é patrimônio imaterial nos deixando cada vez mais orgulhosos de ser Paraense.
Feliz Círio
Wanessa Cardoso