sábado, 29 de agosto de 2009

EU E O MUNDO-Raquel Costa

Eu definho a cada dia
A cada minuto morro um pouquinho
Eu, e todo mundo.
Eu sinto dores a conta-gota
E destilo minhas ternuras
Suave, quase sem sentir
Quase sem me notarem
Eu, e muita gente.
Eu odeio devagar
Cozinho a raiva em fogo lento
Espero sempre o fim
Para definir um sentimento
Eu, e alguns.
Eu desejo sem rédeas
Sem freios começo a amar;
Eu sonho sem limites,
Sem crer em retorno,
Pelo simples prazer de querer.
Eu, e poucos.
Eu sei meus pecados
E meus acertos.
Sei de onde vim
E para onde não vou.
Não sei meu caminho
Nem meu destino
Mas isso só importa a mim.
A mim, e a mais ninguém

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

VIDA - Wanessa Cardoso (02/2001)

Me disseram de você
Me falaram de tristeza e solidão
E de uma desilusão...

Vamos, abra a janela
Verás o sol
Verás o menino na esquina
Verás a boemia
Verás a poesia

Vamos, abra à estante
Lá verás os momentos de tua vida
Em um álbum de fotografia
Veja, lembra de como eras
E das pessoas que passaram pelo teu caminho

Verás a si
Verás o que fostes
E o que te negas a ser

Abra a porta
Encontre o menino na esquina
E verás vida sofrida
Mas vivida

Agora peque o martelo
Quebre a redoma de tristeza
Abra-se pro mundo
E assim verás rindo
Como é lindo
E dolorido o viver
E irás indo!

FUGIDIO - Wanessa Cardoso (08/2004)

Chuva de verão
É assim, depressa

A beleza da flor
É assim, fulgaz

Amor de adolescente
É assim, passageiro

Tempo de criança
É assim, inexorável!!

Mais uma poesia de Raquel Costa...

"Nao pense
nao sonhe
nao sangre.
Ouça o samba
e na sua cadência
esqueça.
Só nao sangre
por nada.
Só nao queira
tudo.
Apenas seja
o que sempre quis.
Ouça o samba
e na sua melodia
seja feliz!!!!!!"


Raquel Costa.

VELHICE - Raquel Costa

Sim, também tive flores na vida
e muitos dias azuis
com noites primaveris.
Sim, também conheci os amores
delicados, ardentes, sinceros, vãos.
Provei das paixõese saboreei dos corpos.
Sim, também senti a poesia
frescor suave ou violento tufão
fiz poemas como quem agoniza
ou abre os olhos pela primeira vez.
Sim, também venci minhas batalhas
matei e enterrei meus dragões.
Fui além da muralha e da montanha
sim , foi assim.

Agora, o que me resta neste repouso?
além de recordar meus dias azuis
e reler meus poemas envelhecidos?
Revivo a memória do amor morto
do dragão abatido, e aqui fico.
Sim, aqui fico.
Porque nada me resta
além de repousar.
 

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