É hora de cuidar da vida
porque a vida ainda é criança
e não se cuida só.
A culpa, no fim, é toda minha:
foi eu quem acreditou
- tu só contaste a mentira.
Se o amor ainda engatinha
talvez seja hora de ensina-lo a andar, não?
Como não faz falta, na vida
aquilo que realmente não se tinha!
Mais que toda nudez,
toda sinceridade será castigada:
daí porque é melhor calar.
De resto, todo poema é pobre
porque insinua sempre
o que na verdade se queria gritar.
quarta-feira, 27 de abril de 2011
sexta-feira, 1 de abril de 2011
Viajante
Deixei o primeiro amor no meio da estrada
imenso, pesado, concreto
insuportável
deixei-o e segui viagem
a pé
aos tropeços.
Deixei o outro amor na beira da estrada
volúvel, volúpia estéril
imprestável
carrega-lo seria um erro
deixei-o e segui viagem
a pé
em sossego.
Deixei pequenos amores pelo caminho
frágeis, inúteis, estranhos
superáveis
tê-los seria atar-me
deixei-os e segui viagem.
Deixei o olhar vagar pela estrada
quase ébrio, quase desperto
distraído com a paisagem;
e tropecei num amor inesperado.
Peguei-o e segui viagem
a pé
com ele nos braços.
imenso, pesado, concreto
insuportável
deixei-o e segui viagem
a pé
aos tropeços.
Deixei o outro amor na beira da estrada
volúvel, volúpia estéril
imprestável
carrega-lo seria um erro
deixei-o e segui viagem
a pé
em sossego.
Deixei pequenos amores pelo caminho
frágeis, inúteis, estranhos
superáveis
tê-los seria atar-me
deixei-os e segui viagem.
Deixei o olhar vagar pela estrada
quase ébrio, quase desperto
distraído com a paisagem;
e tropecei num amor inesperado.
Peguei-o e segui viagem
a pé
com ele nos braços.
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