sexta-feira, 1 de abril de 2011

Viajante

Deixei o primeiro amor no meio da estrada
imenso, pesado, concreto
insuportável
deixei-o e segui viagem
a pé
aos tropeços.

Deixei o outro amor na beira da estrada
volúvel, volúpia estéril
imprestável
carrega-lo seria um erro
deixei-o e segui viagem
a pé
em sossego.

Deixei pequenos amores pelo caminho
frágeis, inúteis, estranhos
superáveis
tê-los seria atar-me
deixei-os e segui viagem.

Deixei o olhar vagar pela estrada
quase ébrio, quase desperto
distraído com a paisagem;
e tropecei num amor inesperado.
Peguei-o e segui viagem
a pé
com ele nos braços.

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